Frágil, ansioso, não linear e incompreensível. Esse é o mundo BANI uma era que
estamos vivendo em que quase nada é previsível e a única constante é a
mudança. E se vivemos a era da imprevisibilidade e do caos, o que podemos dizer
sobre a cultura digital e a Creator Economy?
Em uma análise mais profunda, é difícil entender as diversas mudanças e reações
do mercado nos últimos 5 ou 10 anos. Com a pandemia, essas mudanças se
aceleraram ainda mais. A Creator Economy, já transaciona cerca de US$ 108
bilhões por ano em um mercado em que tudo se transforma e se mistura, o
tempo todo. E qualquer afirmação categórica pode ser perigosa.
As plataformas e a lógica algorítmica evoluem com velocidade, impondo diversos
desafios aos produtores de conteúdo. Segundo a última pesquisa da Youpix sobre
creators e negócios, a dependência algorítmica é um problema que a Creator
Economy brasileira ainda não conseguiu resolver.
Quem trabalha com as plataformas precisa seguir o jogo imposto pelos grandes
players que não deixam claro quais são as regras e quando irão mudá-las. Se
analisarmos as eras da Creator Economy vamos perceber que no início o objetivo
era criar um ambiente criativo, depois, na era da engenharia, o foco se tornou
avançar em desenvolvimento tecnológico, focando menos nas pessoas que
produzem conteúdo e mais nos algoritmos. Agora, começamos uma terceira era
onde começam a surgir novas ferramentas onde há mais democratização, e o
creator está no centro da estratégia.
Essa valorização dos criadores de conteúdo demonstra que eles influenciam
essas mudanças de consumo, e que não se aproximar dessa nova realidade é
perder espaço no mercado.
A Globo é um grande case, uma das maiores TVs do mundo e a maior empresa
de comunicação do Brasil, teve dificuldade de virar o barco para a área digital. A
empresa demorou para entender o momento de chegada com as mediatechs,
mas depois das mudanças feitas se tornou uma das maiores do Brasil. A empresa
não vende só mídia no seu canal de TV e, assim como outras grandes marcas,
trouxe para o conglomerado grandes produtores de conteúdo.
Até empresas de outros segmentos passaram a comprar canais e se tornaram
também suas próprias mediatechs para se aproximar da audiência. A Pátria
investiu R$ 75 milhões na StartSe. A Locaweb entrou no mercado de marketing
de influência com a compra da Squid. Enquanto a Magalu comprou 21 empresas,
entre elas os canais de conteúdo Canaltech, Steal the Look e Jovem Nerd, e a
In.loco media (publicidade digital).
Podemos perceber que a Magalu está construindo um grande epicentro de
informações dentro da sua estrutura, se tornando um grande player de quase
todos os mercados, vendas, logística, tecnologia e interagindo e adquirindo para
ter o público.
Anunciar e gerar conversa com quem realmente importa, nunca fez tanto
sentido. Tem uma frase que eu gosto muito que foi dita pelo Gian Martinez, CEO
e cofundador da plataforma de inteligência em conteúdo online Winnin, durante
o Youpix Summit: “As marcas que não se tornarem criadoras de conteúdo vão
competir com criadores de conteúdo que se transformarão em marcas”.
Mas se no mundo BANI fica difícil prever o que virá, com o que podemos contar?
Tem muita novidade chegando para modificar significativamente a forma como
a Creator Economy está sendo construída. Mas uma coisa é certa, o creator será
visto em primeiro lugar e como o centro das estratégias.
E você, o que tem feito para surfar na Creator Economy?